quinta-feira, 31 de julho de 2008

fara - fafá

Elas eram um e um.
Nem tanto fracas, nem tanto prontas.
Começou com trabalho, passou por convivência.
Virou amizade.
Virou respeito.
Virou admiração.
Juntas, viraram duas.
Uma com alegria, outra com açúcar.
Uma com vontade, outra com incertezas.
Uma com fortaleza, outra com carisma.
Uma com saudade, outra com ansiedade.
Uma com uma mão, outra com outra mão.
Já mãos dadas.
Destino? O universo.
À elas que eu amo.
À elas que eu admiro.
Um brinde borbulhante.
Alegria, açúcar e triunfo!

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Esquema novo

Porque eu não vou mais ter os abraços de ladinho.
Nem os dentinhos meio tortos compondo um sorriso capaz de mudar o meu dia.
Não ter mais os SOS com cervejas imprevistas em plena terça-feira, daquelas que salvam vidas.
As dúvidas na cor e no corte do argentino.
Os olhos arregalados de surpresa e a ansiedade diante de cada prenúncio de novidade.
Porque não vou mais ter eu, você e Lily Allen.
Nem as intimidades capilares de Nando Reis.
Os ciúmes e o mau-humor repentino.
Carro com cheiro de boneca.
Choro no cinema, num momento de realidade.
Porque não vou mais ter palavras inventadas e gargalhadas descontroladas.
Porque os Esquemas Novos vão perder toda a poesia e o remelexo.
Por causa do seu novo esquema.
Porque agora eu vou ter Brasília como meu principal destino.
Porque sei que meu coração vai ficar aos pedaços.
Porque eu te amo.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Do jeito que eu gosto

Das coisas que eu gosto, gosto mais de sol, sal, mar e protetor solar queimado na pele.
Gosto de muita água, de ouro e espelho.
Gosto de palavras de mãos dadas, de lápis e papel.
Gosto de estrada, de novidade e de mudança.
Gosto de buscar, conquistar, ter e deixar.
Gosto de cheiros que trazem lembranças.
Gosto de amigos; passados, presentes e futuros.
Gosto de conjugá-los.
Gosto de cinema, pipoca e bala de menta.
Gosto de chiclete, borbulhas e gosto das Divas.
Gosto de rir, de gargalhar até doer.
Gosto de achar dinheiro esquecido no bolso e gastar.
Gosto de música alta, pé no chão e cabeça nas nuvens.
Gosto de amar muito. Só serve se for assim.
Gosto de me apaixonar e também de me “reapaixonar”.
Gosto de gostar.
Gosto de você.
Gosto mais de mim.

Obrigado

Quando você chegou, tudo ficou diferente.
Quando você foi embora, também.
Diferente de um jeito que eu não distinguia se era bom ou ruim.
Era assim, apenas e simplesmente diferente.
Quando você foi embora, deixou em mim uma lacuna, mas descobri que dois menos um nem sempre é subtração.
Quando você foi embora, me fiz melhor.
Quando você foi embora, vazou sem querer, na saída; a minha veia de escritor.
E eu gostei, posso até dizer que viciei.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Só promessas?

Prometo nunca mais me apaixonar se não for perdidamente e à primeira vista.
Prometo nunca mais dar esperança ao meu coração por alguém que eu não admire de verdade.
Prometo nunca mais não ouvir o meu coração ou tratar com burocracia ou diplomacia a vontade de mandar alguém à merda.
Prometo nunca mais pisar em minhas verdades para satisfazer uma ilusão.
Juro só aceitar o amor que me é dado por alguém se eu quiser realmente ser amado por esse alguém.
Juro só me preocupar com o que importa, mesmo que às vezes o que seja importante para mim não signifique nada para você.
Juro soltar as rédeas do meu coração e só andar em montanha-russa com os braços bem abertos e os olhos bem fechados.
Juro descobrir do que é feita a minha carne e o que corre em minhas veias.

Arrumação

Depois do susto induzido, uma pausa na respiração e o aperto no estômago.
A fatal faxina.
Não sou dado a tal prática, confesso. Mas é muito necessária algumas vezes.
Poupa uma vontade de fazer terapia.
Então, vamos lá, mãos-à-obra.
Cada coisa em sua caixa. Para não ter confusão depois, tudo no seu devido lugar. Poeira tem pouca. Afinal, o lugar estava em ordem antes dele chegar.
Hum...sobraram algumas dúvidas. Bom, vou devolvê-las ao dono, não vou mais precisar delas.
Faxina pronta.No meio da arrumação ficaram apenas uns óculos com a perna quebrada e um molho de chaves. Ao dono, assim como as dúvidas.

Domingo de Carnaval

Eu te olhei, você me olhou.
Eu te chamei, você veio.
Foi lindo.
Era para ter terminado como começou, lindo.
Mas terminou feio.
Sobraram amores ditos, faltaram amores feitos.
Sobraram palavras mal ditas, faltou respeito.
Sobrou racionalismo, faltou sentimento verdadeiro.
Sobrou decepção, faltou admiração.
Um saiu correndo na frente e logo se cansou.
O outro correu atrás e nem percebeu que aquele havia parado, seguiu.
Quando se viram tão distantes era tarde demais, acabou.