quinta-feira, 23 de julho de 2009

No compasso

Foi ontem e que a gente se pescou no meio daquele mar de gente.
Foi ontem que tudo começou.
E hoje já fazem cinco meses de uma nova dança que eu tive que aprender a dançar.
Eu já conhecia os passos.
Mas foi você quem trouxe a melodia para encontramos juntos o ritmo.
Dois para lá, dois para cá.
Às vezes um desequilíbrio acontece.
Mas sinto que nós dois queremos acertar o compasso.
Dançar no tempo exato.
As mãos enlaçadas, os quadris na mesma sincronia.
Hoje, quero te tirar para dançar de novo.
Vamos girar mais e mais nesse salão.
Dois para lá, dois para cá.
Pedindo para nossa música nunca parar de tocar.

sábado, 23 de maio de 2009

De saudade e felicidade

Noventa dias hoje.
Contados daquele em que meu sorriso encontrou o motivo certo.
Pouco tempo para uns.
Um recorde para outros.
Aqui, apenas o tempo da certeza de saudade e felicidade.
Essas são as palavras para definir esses meses.
Uma saudade com hora certa para acabar e que o mar traz para mim.
Um saudade que o mar leva de volta e me deixa aqui, sozinho. Mas feliz.
A alegria que tem no seu olhar e nas suas mãos inquietas.
Que me tocam e me transformam em tudo que eu sempre quis ser.
Com você eu posso ser quem eu quiser, até eu mesmo.
E eu escolho ser feliz.
Diante da sua incerteza, traduzida em questionamentos, eu me visto de sentimento da cabeça aos pés.
E digo: estou apaixonado por você.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Se doer

Se o amor doer, comemore.
Sorte sua.
Eu gosto das dores de amores.
Longe de ser aquela dor romântica do século 18.
Ninguém precisa morrer por isso.
Nem confundi-la com sofrimento.
A boa dor de amor só seca a garganta e dá frio na barriga.
Pela simples lembrança do ser amado.
Recomendo a todos, amem.
Sem medo do ontem do outro.
Nem do amanhã de vocês.
Sem medo de amar.
Nem de sentir dor.
Um dia, Caetano perguntou: “pra que rimar amor e dor?”
Eu estou mais com Vinícius de Moraes e Baden Powell.
“Amor só é bom se doer”.

terça-feira, 24 de março de 2009

Pedido (para ler comendo brigadeiro)

Um salto no ar com o pára-quedas fechado, até o fim, sem medo.
Besteiras sérias ditas hoje e não lembradas amanhã.
Saudades transformadas em alegria.
Os olhos puxados, a doçura certa, o beijo exato.
A calma na alma que você me traz.
30 dias, e apenas uma noite para pensar no que dizer.
E optar pela forma mais prosaica, mas definitivamente sublime, para isso.
Ouvir como resposta aquilo que era impossível não ser ouvido.
Ver nessa resposta um monte de vontade e vida transformada em palavra.
Sentir a alma entregue, leve e feliz.
Calar e sorrir.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Era uma quinta-feira

Era carnaval.
O pierrô colocou a sua melhor fantasia.
Enfeitou-se com o seu sorriso mais bonito.
Mas foi para a rua carregando o peso da incerteza de encontrá-la.
A tecnologia, que aproxima as pessoas, nunca foi o forte deles.
A probabilidade de encontrar a colombina naquela multidão era pequena, mas como se trata da vida real, ele a avistou no meio da multidão.
Por acaso, rodeada de amigos, uma fantasia incrivelmente parecida com a sua.
O sorriso de volta, ainda mais bonito que o dele.
Sem dúvida, há vida naquele sorriso.
Tanta vida que ela se perdeu no meio da multidão.
À sua procura o pierrô passou por tribos de índios, hordas de marinheiros, navios cheios de piratas, gladiadores.
Quando a viu novamente, já estava nos braços do Arlequim.
Seguiu em frente e se prometeu.
Nenhuma lágrima nesse carnaval.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

De Saudade

Entre um cigarro e outro, ele pensava.
Amor não era para libertar?
Porque só me sinto mais amarrado, preso a algo que só fecha e sufoca cada vez mais, a cada dia que passa?
Do outro lado o pensamento era inverso.
Lá, o amor era de liberdade, de alívio, de plenitude.
Tudo mudou para eles depois dos dias de eternidade que passaram juntos.
Como pode um mesmo sentimento provocar sensações tão distintas?
Amor de liberdade ou amor de prisão.
Eu fico com o primeiro.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Sim

Hoje meu sorriso se abriu de novo.
Depois do que foi para mim uma longa entressafra de contentamento.
Não pude resistir diante do prenúncio de meu futuro com as cores que eu sempre quis.
E da alegria com data marcada.
Felicidade. É isso que eu estou sentindo.
Felicidade bruta, felicidade minha.
Uma mensagem, duas ou três palavras trocadas no MSN.
Suficientes para derreter o gelo em minha alma, me fazer entrar em erupção e jorrar uma alegria quente e latejante por todos os poros.
Apesar dessa liberdade quase cigana me assustar, sim, eu digo sim.
Sim para as novas e irresistíveis possibilidades.
Sim para as alegrias que eu pretendo extrair delas.
Sim. Eu digo sim a esse abismo que se abriu diante de mim.
Porque eu sei que lá no fundo dele, tudo será sereno e aconchegante.
Sim. Eu digo sim a você e aos seus olhos que ninguém conhece, só eu.
E seja lá o que o mundo quiser.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Ahhhhhhhhhh...não!!

Ah, os anões.
Como eu gostaria que eles existissem apenas em nossa imaginação infantil (confundidos com os duendes), na TV ou no circo.
Preconceito, talvez. Agonia, com certeza.
Não me julguem, sou um ser humano comum, com defeitos (assim como os anões) e tenho uma profunda agonia deles.
Conto agora como isso começou e acabou virando tema de um texto.
Tudo ia bem entre eu e os anões, um convívio pacífico com Adelaide “a paraguaia”, os palhaços de circo e os sofredores dos programas de auditório de mau gosto da TV.
Um incidente menor, algumas aparições deles em ações de marketing nas ruas de Salvador, eu superei. Até que um dia (em um bar, pasmem!) fui defrontado com um exemplar exótico de anão (eles já não são normalmente exóticos?): uma anã piriguete!!! Cabelo de chapinha com mechas acobreadas, mini saia (??? Ela compra na Lilica Ripilica?), top de paetês e salto alto (irônica, ela), fiquei chocado!
O que é que ela estava fazendo ali? Os presentes tentaram me convencer de que era normal ela estar ali, confraternizando com amigos. O que é que tem de normal numa anã em um bar tomando roska de morango, gesticulando, rindo e se divertindo mais que todo mundo, gente?
A cena era tão assustadora que eu não consegui me concentrar em outra coisa.
Depois disso, foi ladeira abaixo.
Num reality show apareceu uma sendo tatuada e outro dia alguém me surpreendeu com a notícia de que outro havia assassinado a esposa, não anã (ela era doida?), por ciúmes. Que mundo é esse?? Tatuagem e crime passional entre anões?? Daqui a pouco eles vão estar nas praias, no ensaio da Timbalada, comendo no Mac Donald´s e até nas filas de banco.
Certeza, trata-se de um complô mundial dos anões para me irritar, ou será que é para dominar o mundo? Seja como for, ele é encabeçado pelo fenômeno-mirim Maisa, ela não é a cara de Cérebro (de Pink e Cérebro) à toa, né? (ah, você não sabia que ela era anã?)
Falando nisso, também tenho agonia de fenômenos e gênios-mirins, mas isso é tema para outro post.
A gota d´agua foi ser atendido por uma Oompa-Loompa (sim, ela era mais que anã) no embarque da Gol no aeroporto de Guarulhos.
Brademos em coro! Basta!!
Anões, voltem para os recônditos das coxias das TV´s e lonas dos circos e nos deixem em paz!!

Era uma vez

Em um reino aqui bem perto.
Você apareceu do nada, mas os sinos não dobraram.
Você trouxe aliança, mas os pombos não revoaram.
Você trouxe flores, mas eram de verdade, murcharam.
Seu sorriso era encantador, mas você não chegou num cavalo branco.
Seus olhos eram puxados, mas não eram encantados.
Nossas últimas linhas não seriam “e viveram felizes para sempre”.
No fim eu ia ser o dragão, o veneno, a bruxa.
E você a lágrima, a cura, a princesa.
Essa estória não era para mim.
E quem quiser que conte outra.